Acácio Tomás de Aquino (Lisboa, Alcântara, 9 de Novembro de 1899 — Lisboa, 30 de Novembro de 1998) foi um militante destacado da Confederação Geral do Trabalho, na qual colaborou no mais importante jornal sindicalista, A Batalha.
Exerceu várias profissões: operário da construção civil, trabalhador da Câmara Municipal de Lisboa, de 1918 a 1922, e ferroviário, de 1926 até à sua prisão, em 1933.
Foi militante anarco-sindicalista da Confederação Geral do Trabalho, filiado nos Sindicatos dos Metalúrgicos, dos Trabalhadores do Município e da Construção Civil, entre 1919 e 1933. Foi, ainda, secretário da Federação dos Sindicatos da Construção Civil e da Confederação Geral do Trabalho.
Foi colaborador da imprensa operária e sindical, nos jornais A Batalha e O Construtor. Membro do comité da CGT organizador da greve geral de 18 de Janeiro de 1934, foi preso a 11 de Dezembro de 1933, sob acusação de ter entregue bombas a outro activista na Estação do Rossio, não tendo, portanto, tomado parte nela. Foi condenado a 12 anos de degredo em prisão, pelo Tribunal Militar Especial, no dia 9 de Março de 1934. A 8 de Setembro seguiu para Angra do Heroísmo, sendo transferido para o Tarrafal, Cabo Verde, a 23 de Outubro de 1936. Teve um papel preponderante na Organização Libertária Prisional. Regressou a Portugal a 10 de Novembro de 1949. Todavia, só alcançou a liberdade total, a 22 de Novembro de 1952.
Depois do 25 de Abril de 1974, colaborou com diversas organizações e jornais libertários, nomeadamente em a Voz Anarquista, de Almada e publica O Segredo das Prisões Atlânticas, sobre a sua experiência na prisão de Angra do Heroísmo e no Tarrafal e nas divergências entre os anarquistas e os comunistas, transcrevendo correspondência entre a Organização Comunista Prisional e a Organização Libertária Prisional, em que critica os comunistas, nomeadamente, Bento Gonçalves, Secretário-geral do Partido Comunista Português, entre outros, acusando-os de colaboracionismo.
Publicou as seguintes obras: O Segredo das Prisões Atlânticas, Lisboa, A Regra do Jogo, 1978, e colaborou no volume colectivo O 18 de Janeiro e Alguns Antecedentes, Lisboa, A Regra do Jogo, 1978".
Bibliografia
VENTURA, António- Memórias da resistência. Literatura autobiográfica da resistência ao Estado Novo. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 2001, p. 35
Author: António Ventura, 2001