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Campos, Manuel da Silva (1892(?)-1952) | Arquivo Histórico-Social / Projecto MOSCA

Nome: Campos, Manuel da Silva (1892(?)-1952)
Nome Completo: Manuel da Silva Campos


Nota Biográfica: Nasceu em Odemira em (?) e ali faleceu em (?) com cerca de 60 anos. Na sua juventude foi corticeiro, mas depois aprendeu o ofício de sapateiro, no qual trabalhou o resto da vida. Residiu muitos anos em Lisboa, onde exerceu intensa actividade no seu sindicato, na Federação de Calçado, Couros e Peles e na Confederação Geral do Trabalho. Quando Santos Arranha, em fins de 1923, deixou o cargo de Secretário-Geral da C.G.T., foi Silva Campos que o substituiu, até 1925, assumindo também o cargo de redactor principal do diário A Batalha. A sua actuação, porém, não agradou, por não o verem reagir com a necessária energia contra as manobras dos comunistas. Criou descontentamentos que originaram várias reuniões de elementos anarco-sindicalistas, que desejavam vê-lo tomar outra atitude. Nada se conseguiu dele nessa ocasião. Contudo, decorrido algum tempo efectuou-se, em Amesterdão, em Março de 1925, o Congresso Internacional da A.I.T., em que ele tomou parte como representante da C.G.T. portuguesa. Regressou completamente transformado e em 1926, quando foi da questão M. J. Sousa Santos Arranha, foi ele um dos que com maior decisão e coragem enfrentou a ofensiva dos politicantes marxistas contra a orientação libertária da C.G.T.. Numa publicação da Federação de Calçado, Couros e Peles, denunciou essas manobras perante todo o proletariado confederado de Lisboa e província. Por isso, quando em Setembro de 1926, se reuniu, após essas lutas, o Conselho Confederai com novos delegados, alguns destes, entre eles o comunista António Monteiro, reclamaram que não fosse aceite como delegado Silva Campos. Mas, apesar da trama maquiavélica dos bolchevistas, o Conselho acabou por aceitá-lo e nomeou-o para administrador de A Batalha. Neste cargo se conservou enquanto foi permitida a sua publicação. Em 1928 foi preso com quase todos os membros do Comité Confederai, e com eles foi posto em liberdade alguns meses mais tarde. Durante a Guerra Civil espanhola, 1936/1939, fez novamente parte do Comité Confederai. De começo manteve-se impenetrável aos assaltos dos "anarquistas" colaboracionistas residentes em Paris José Agostinho das Neves & Companhia  que queriam à viva força que a Confederação Geral do Trabalho Portuguesa ingressasse na Frente Popular. Em face da resistência da C.G.T., o Neves resolveu mandar a Portugal um operário barbeiro do Porto, refugiado em Paris, com a recomendação de empregar Todos os seus esforços para conseguir essa adesão. Silva Campos enfrentou as suas primeiras investidas, mas, procurado isoladamente, acabou por transigir, embora sem ir ao extremo que eles desejavam. Concordou em que se procurassem e ouvissem os elementos da Frente Popular, e que só depois disso, se lhe desse a adesão. Está claro que esses elementos, perante tal decisão, passaram a considerar a C.G.T. como sua aderente. Mas, entretanto, acabou a revolução espanhola, e esse passo em falso não chegou a ser dado. Em seguida partiu de novo para Odemira, só regressando a Lisboa durante a conflagração de 1939/1945. Esta desorientou-o, pois viu nela, erroneamente, um fracasso dos nossos métodos de luta e propaganda, e por isso foi procurando, mas em vão, novos métodos que a tornassem mais eficaz. Mais uma vez voltou para Odemira, mas visitando periodicamente Lisboa. Ali faleceu repentinamente, por alturas de 1952, com cerca de 60 anos.
Fontes: E. Rodrigues (1982). A oposição Libertária em Portugal. 1939-1974. Lisboa. Sementeira.
Nota do Autor: E. Rodrigues (1982)






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