Log In | Contacte-nos | Seleccionar Documentos (0 itens)
Navegar por: Colecções Conteúdos Digitais Assuntos Produtores Classificação

Lopes, Manuel Soares (-1963) | Arquivo Histórico-Social / Projecto MOSCA

Nome: Lopes, Manuel Soares (-1963)
Nome Completo: Manuel Soares Lopes


Nota Biográfica: Morreu no Porto, em 1963 (?), depois de resistir por algum tempo a grave enfermidade. Conheci-o, eu rapazinho e ele um jovem bem falante, inteligente, culto, traduzindo o livro Liberdade Sexual, vestindo modestamente e vivendo com dificuldades. Era 1932, quando a ditadura ainda construía pela calçada, nos porões do palácio de São Bento, as bases dum sistema que a todos esmagaria e viria a durar 48 anos, quase meio século, uma vida... Mais tarde li Sol Nascente dirigido por José Soares Lopes, mas a sua inicia-tiva não foi longe, a ditadura já era suficientemente forte para esmagar todos os adversários e José Soares Lopes pagou pelas suas ideias anarquistas nas prisões da P.I.D.E.. Considerado por alguns um renovador do anarquismo e por outros fora da realidade, o certo é que a ditadura impediu que o jovem "Lopinhos", como era chamado, publicasse os seus trabalhos e deixasse para a minha geração e para as que me sucederam, uma contribuição polémica, divergente, renovadora, ou quem sabe, o primeiro passo dado no caminho da obtenção de recursos intelectuais e psicológicos, um posicionamento para nos colocarmos diante da tecnologia moderna e das multinacionais, instrumentos deformadores do carácter, da perso¬nalidade, transformadores do homem em números fichados, codificados, de bio¬grafias escritas electronicamente, em condições de enfrentar também esse ini¬migo moderno.  Talvez ele já antevisse que as "armas" e a "linguagem" usadas pelos revo¬lucionários e pelos anarquistas no primeiro quarto do século 20 não servissem para ser usadas no segundo quarto e muito menos nos outros dois que lhe suce¬deram. Trabalhando mais tarde como guarda-livros da Austin, passou os dias junto da Sede da PIDE, na rua do Heroísmo, onde acabou empregando o também anat. quista e velho amigo José Augusto de Castro. Em 14-7-1963, quando soubemos da sua morte, publicámos a nossa última homenagem aquele amigo, em Espoirjornal dos exilados espanhois em Toulouse, França.
Fontes: E. Rodrigues (1982). A oposição Libertária em Portugal. 1939-1974. Lisboa. Sementeira.
Nota do Autor: E. Rodrigues (1982)




Page Generated in: 0.1 seconds (using 104 queries).
Using 8731952B of memory. (Peak of 8869400B.)

Powered by Archon Version 3.12
Copyright ©2010 The University of Illinois at Urbana-Champaign