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Pires, José Correia (1907-1976) | Arquivo Histórico-Social / Projecto MOSCA

Nome: Pires, José Correia (1907-1976)
Nome Completo: José Correia Pires


Nota Biográfica: Correia Pires nasceu em Messines, Algarve no ano de 1907. Ali aprendeu três importantes conhecimentos: a ler, a profissão de carpins teiro e as ideias anarquistas. Pouco depois ingressa nas Juventudes Sindicalistas e luta até ser preso em 1932, sendo então conduzido para o Aljube de Lisboa. Libertado, volta à luta e participa do movimento de 18 de Janeiro de 1934. Mas o insucesso deste obrigou-o a exilar-se em Espanha onde chega clandes-tinamente. Ali viveu algum tempo sem conseguir emprego. Foi o seu amigo José Rodrigues Reboredo quem lhe conseguiu meios para sobreviver pelo seu próprio esforço. Antes de explodir a revolução na Espanha retorna a Portugal e depois de viver na clandestinidade por algum tempo, trabalhando no sector da Federação Anarquista da Região Portuguesa (F.A.R.P.) acaba preso, processado e enviado para o Campo de Concentração do Tarrafal, de onde regressou combalido, praticamente incapaz fisicamente de exercer a sua profissão. Assim mesmo não perdeu as convicções anarquistas. Lutou sempre escrevendo e dando exemplos de tolerância, de bondade e de coerência libertária. Estudou na universidade da vida que lhe abriu suas portas bem cedo, e nela conseguiu grandes conhecimentos, uma excelente cultura sociológica, tornou-se um autodidacta respeitável, um homem bom! Escrevia e falava sem dificuldades, com fluência, raciocinava progressivamente, fora sempre um anarquista actualizado. Com o derrube da ditadura fascista portuguesa, uniu-se aos seus companheiros que haviam escapado aos 48 anos de perseguições. A todos movia a mesma intenção: publicar A Batalha. Mas o comportamento autoritário, de intolerância e o desejo de supremacia de alguns sobreviventes, fê-lo retornar a Almada e com Francisco Quintal, Sebastião de Almeida, Jorge Quaresma, José Paulo Lola, Adriano Botelho, entre outros, fundar Voz Anarquista, onde colaborou até morrer, em Novembro de 1976. Antes, porém escreveu e publicou 2 livros: Memórias de Um Prisioneiro do Tarrafale A Revolução Social e a sua Interpretação Anarquista. Pode dizer-se que Correia Pires se realizou, assistiu à derrocada da ditatura fascista portuguesa, ao desfalecimento dos seus algoses, a famigerada P.I.D.E., pôde ajudar a fundar um jornal genuinamente anarquista e morreu como viveu, de bem consigo mesmo, com o seu Eu, homem bom como sempre fôra.
Fontes: E. Rodrigues (1982). A oposição Libertária em Portugal. 1939-1974. Lisboa. Sementeira.
Nota do Autor: E. Rodrigues (1982)






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