Silva, Alberto Moniz da (-1951) | Arquivo Histórico-Social / Projecto MOSCA
Nome: Silva, Alberto Moniz da (-1951)
Nome Completo: Alberto Moniz da Silva
História da Família: Morreu em Lisboa em 1951. Pertenceu às Juventudes Sindicalistas de Lisboa. Era polidor de ofício, exerceu actividade na organização operária da indústria do mobiliário. Quando foi proclamada a ditadura militar em Portugal, em 1926, como já tivesse estado preso por questões sociais, foi novamente detido pela polícia e criminosamente enviado para os trabalhos forçados, em Angola, juntamente com vadios e cadastrados. Ainda ali permaneceu bastante tempo, e só à custa de grandes e demorados esforços é que a sua família conseguiu — apesar de ter provado facilmente que se tratava de um honesto trabalhador — que ele regressou à metrópole. Mas veio com a saúde arruinada para sempre, devido aos maus tratos e às condições anti-higiénicas em que ali o mantiveram. Isto, porém, não fez desaparecer o seu entusiasmo pela organização confederal, à qual voltou a dar, como dantes, a sua colaboração. Em consequência dessa actividade foi novamente preso no local onde se encontravam as máquinas de escrever da C.G.T., onde costumava ir auxiliar os trabalhos. Foi enviado para a fortaleza de Peniche e ali esteve detido algum tempo. Regressou a Lisboa, e nessa ocasião permaneceu inactivo, porque a derrota da revolução espanhola de 1936/39, foi também, de certa forma a derrota da organização confederal portuguesa. Só nos fins da guerra mundial de 1939/45, a esperança de que o triunfo dos países democráticos poria termo ao fascismo na Península Ibérica, começou a entusiasmar de novo o proletariado português. E então Alberto Silva foi um dos que com mais persistência e tenacidade procurou reorganizar os quadros da C.G.T.. Mostrou nisso certa tolerância, no que alguns libertários viram propósitos de concessões aos elementos reformistas. Contudo, manteve-se sempre fiel às tácticas de acção directa e do anti-colaboracionismo, que defendeu com firmeza até à morte. Nessa época uma grave doença pulmonar fê-lo recolher ao hospital e quando saiu vinha de tal modo alquebrado que não pôde continuar a trabalhar por conta de patrões. Estabeleceu-se, então, por sua própria conta, mas pôs sempre a sua oficina à disposição da organização confederal para nela se reunirem membros do Conselho ou do Comité, o que para ele representava certo perigo, dada a vasta rede de espionagem do estado fascista. Apesar da adversidade o ter perseguido sempre, manteve-se até ao fim coerente com os princípios do sindicalismo revolucionário que haviam norteado toda a sua acção.
Fontes: E. Rodrigues (1982). A oposição Libertária em Portugal. 1939-1974. Lisboa. Sementeira.
Nota do Autor: E. Rodrigues (1982)