Orlando Bernardino Goncalves, nasceu num bairro da  Ajuda, em Lisboa, a 15 de Agosto de 1921 e faleceu a 8 de Novembro de 1994. Foi escritor e jornalista, tendo colaborado, nos jornais Planicie e Primeiro de Janeiro (sob a direcção de Jaime Brasil) entre outros. Na Radio Peninsular foi responsavel pelo programa Literatura e Artes. Exerceu o cargo de director do Noticias da Amadora entre 26  de Junho de 1963 e 8 de Novembro de 1994.

Foi considerado um dos percursores do movimento neo-realista português. Da sua actividade literaria salienta-se as obras Tormenta (1948), apreendido pela PIDE;  Aleluia (1949); Alucinacao (1950); Este Mundo dos Homens (1954; 1979); Meio-Dia (1951); Caxias: Ultimos Dias do Fascismo (1974; 1977); Os Melros cantam na Primavera (1987); e Enredos da Memoria (prémio literario Cidade da Amadora, editado em 1993).

Foi membro impulsionador do Núcleo Cultural Ferreira de Castro (1943). Dele fizeram parte, entre outros, António Miguel Mendes, Fernando Santos, Fernando Maezo, Edmundo Domingues, António Santos, Artur Modesto e Emílio P. Simplício.

Segundo Artur Modesto, foi libertário ou próximo dos meios anarco-sindicalistas, aproximando-se depois da Guerra das correntes comunistas autoritárias.

Com 21 anos foi preso, pela primeira vez, acusado de ser membro do Socorro Vermelho Internacional. Esteve preso em 1943-1944  no Aljube e em Caxias durante 19 meses.

Foi membro do Movimento de Unidade Nacional Anti-Fascista (MUNAF) em 1943 e do Movimento de Unidade Democratica (MUD) em 1945. Participou nas Campanhas para a Presidencia da Republica do General Norton de Matos (1948), do Professor Ruy Luis Gomes (1953) e do Dr. Arlindo Vicente e General Humberto Delgado - depois da desistência do primeiro (1958).

Foi membro da Comissao Democratica Eleitoral (CDE) e militante do Partido Comunista Portugues (PCP). Preso em Caxias no ano de 1974, foi libertado pela Revolucao do 25 de Abril de 1974.

Foi sócio-fundador da Sociedade Portuguesa de Escritores (criada em 1954 e extinta em 1965), fundador Colecção Horizonte (1951) e das editoras Orion (1954) e Centro Bibliografico (1950, Lisboa), nas quais foram editados grande numero de autores da oposição democrática.

Depois da Revolução, foi o primeiro Presidente da Comissão Administrativa do  Concelho de Oeiras, entre 11 de Junho de 1974 e 3 de Janeiro de 1977. Foi membro da Assembleia Municipal de Oeiras, entre Janeiro de 1977 e Dezembro de 1979; membro da Assembleia Municipal da Amadora, entre Dezembro de 1993 e 1994.

Foi homenageado pela Camara Municipal de Oeiras, enquanto Presidente da Comissao Administrativa. For agraciado, em 1989, com a Medalha de Ouro da Cidade da Amadora.