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Luís, Manuel Inácio (1903-1971) | Arquivo Histórico-Social

Nome: Luís, Manuel Inácio (1903-1971)
Nome Completo: Manuel Inácio Luís


História da Família: Manuel Inácio Luís nasceu na pequena aldeia de Carção, concelho de Vi-mioso, distrito de Bragança em 28-1-1903'._ Filho de pais muito pobres, seu paLalmocreve e sua mãe, de jornaleira a parteira, de tudo fazia. A par da instrução primária, ajudava à missa por influência de sua mãe. A sua ânsia de saber, obriga-o a abandonar o seu torrão natal, vindo trabalhar para a cidade de Penafiel, como marçano, para poder estudar o que não consegue. Volta a partir, desta feita, rumo à cidade do Porto. Aqui inicia propriamente toda a sua vida. Começou a sua vida comercial como marçano de solas e cabedais ascendendo gradualmente a 1.° caixeiro. A par do seu trabalho frequentava o curso nocturno na Escola Comercial, constituía família e começava a dar os primeiros passos nas associações de classe dedicando-se à causa sindical. Inicia a sua carreira de mili¬tante anarco-sindicalista na Juventude Sindicalista, sendo mais tarde seu repre¬sentante. Na Câmara Sindical do Trai (União dos Sindicatos Operários), bate-se pelas 8 horas de trabalho. De palavra fácil e ideias muito claras, torna-se figura destacada nos meios associativos, mutualistas, cooperativos e de classe, ajudando a fundar alguns sençlo dirigente activo de várias colectividades dentre as quais se destacam: Fede¬ração das Colectividades do Porto, Cooperativa do Povo Portuense, Associação de Socorros Mútuos das Classes Laboriosas Portuenses, Liga das Associações de Socorros do Porto, Associação dos Empregados do Porto, Liga Portuguesa de Profilaxia Social, Associação Protectora dos Animais, etc.. Homem culto e estudioso possuía uma boa biblioteca especialmente dedi-cada aos problemas sociais e de classe. De trato fácil e amizade sincera, defensor de todas as causas justas, conquis¬hdeptos e amigos nos mios onde convivia e onde, ainda hoje se lastima su:. falta. Morreu às 23 horas do dia 27-1-1971, indo a sepultar civilmente, como >,-mpre desejou, no Cemitério do Prado do repouso, na campa rasa perpétua 1-.° 387, secção 35. O jornal República, de Lisboa, noticiou falecimento deste lutador e exaltou a sua actividade anarco-sindicalista. Morreu sem ver o fim da ditadura.
Fontes: E. Rodrigues (1982). A oposição Libertária em Portugal. 1939-1974. Lisboa. Sementeira.
Nota do Autor: E. Rodrigues (1982)